Luiz Olyntho Telles da Silva

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Sobre Luiz Olyntho Telles da Silva

INDICE2 - - Luiz-Olyntho Telles da Silva Psicanalista Abertura Biografia Publicações Traduções Conferências Textos  Psicanalíticos Textos de Crítica  Contos Crônicas Fortuna crítica Comentários Atividades Links Contato Bem vindos à minha página Ela representa um esforço, eine dräng, como diriaFreud, em prol da Psicanálise. Aqui poderão ser encontrados alguns dados sobre minha formação, minha prática, publicações, artigos, e também uma incursão nos campos da tradução e da literatura através de contos, crônicas e ensaios de crítica literária. Seus comentários serão bem vindos. Contar com sua leitura é um privilégio. TEXT0S RECENTES: 31.10.2017 Bons tempos @ 20.12.2016 Entre a espiga e o pão @ 13.11.2016 Um olhar sobre a cegueira @ 30.06.2016 A espada do General [conto] @ 08.06.2016 A relação médico-paciente @ 15.04.2016 As mulheres de Gardel @ 12.03.2016 Duas cartas [conto]  @ Notas psicanalíticas:                                            06 A PSICANÁLISE E A LITERATURA Luiz-Olyntho Telles da Silva Aquilo, do homeminsuspeito Ou não percebido, Através do labirinto de seu peito Vaga na noite. (JOHANN WOLFGANG VON GOETHE. Na lua.)1 PRÓLOGO    Hoje, 6 de maio de 2016, memoramos os cento e sessenta anos do nascimento de Freud, no mesmo ano em que se memora os quatrocentos anos de Cervantes e Shakespeare. Neste artigo, minha singela homenagem. A PSICANÁLISE E A LITERATURA   Estará correto o título do presente artigo?Não deveria estar na ordem inversa? A Literatura e a Psicanálise? – Preocupados estivéssemos com as origens, possivelmente a segunda versão fosse a mais adequada, mas fiquemos com a primeira, e entenda-se nela o valor dado pela Psicanálise à Literatura.     Freud. Um artigo dessa natureza precisa começar por esse nome. Pois Sigmund Freud foi um amante da Literatura. Aindaadolescente já era grande admirador de Cervantes, a ponto mesmode criar, com seu querido amigo, Eduard Silberstein, de sua mesma idade,o que eles chamaram de Sociedade Castelhana. Seu propósito:estudar espanhol, sem a ajuda de gramáticas nem de professores,apenas com os textos literários. Como membros, adotaram para sios nomes de dois personagens retirados de uma das Novelas Exemplares deCervantes, publicadas em 1613, O colóquio dos Cães: Berganza e Cipião. Eduard era Berganza, umnarrador inveterado, e Freud, Cipião, um filósofo cínicoe amargo.     Os dois personagens são cães doHospital da Ressurreição, em Valladolid. Estão muitosurpresos por sua repentina capacidade de falar, e ademais, com discurso.Por isso não querem perder tempo, não sabem quanto tempodurará o feitiço da bruxa Montiela, e tratam de falar desi mesmos. Vejam só como se expressa Cipião: Berganza amigo: queesta noche me cuentes tu vida y los trances por donde has venido al punto en que ahora te hallas, y si mañana en la noche estuviéremoscon habla, yo te contaré la mía; porque mejor será gastar el tiempo en contar las propias que en procurar saber las ajenas vidas.     A relação da criação da Psicanálise com essa prosopopéia cervantina, lida ainda na sua juventude, não há de parecer uma hipótese despropositada.     Os dois amigos se correspondem por dez anos, entre 1871 e 1881, dos 15 aos 25 anos, quando Freud se assinava Tu fiel Cipión, perro en el Hospital de Sevilla. Eles revelam aí muito de suas adolescências, inclusive no engano de confundir Sevilla com Valladolid, onde se pode imaginar uma dialética do passado(os episódios relatados se passam em Sevilla) – interpretado desdeo presente (em Valladolid) –, com o ideal, por definição,sempre futuro. Mas as cartas mostram também a influência sofridapor Freud da filosofia de Ludwig Feuerbach – aluno de Hegel que exerceuuma grande influência também em Marx: reconhecido por sua teologia humanista, para ele a religião é uma forma de alienação que projeta os conceitos do ideal humano em um ser supremo –, e da psicologia de Johann Friedrich Herbart. Considerado o fundador da Psicologia científica, Herbart valorizava sobremaneira a infância como períodoformador.      Mas o próprio Freud, aos seus cinqüenta anos, em 1906 - exatamente há cento e dez anos (neste ano memoramos o centésimo sexagésimo aniversário de seu nascimento, em 1856) -, ainda que de uma forma sintética, dirá desse seu interesse pela literatura ao responder a um questionário deseu editor, Hugo Heller, pedindo-lhe uma relação de dez bonslivros.     Freud esmiúça a questão,perguntando-se o quê quer dizer bons livros? Certamente nãoserão as maiores obras da literatura mundial, nem os livros maissignificativos, e nem mesmo os favoritos, argumenta ele. Bons livros sãocomo bons amigos, e em seguida justifica: [.] amigos aos quaisdevemos algo de nosso conhecimento da vida e de nossa concepção do mundo, cujo contato nos proporcionou prazer, e que elogiamos diante de outros, sem que essa relação suscite um temor reverencial, uma sensação da própria insignificância diante da grandeza alheia.     E a seguir ele relaciona os livros que logo lhe vieram à mente – como ele esclarece –, sem muita reflexão: Multatuli: Cartas e obras / Kipling: O livro da jângal / Anatole France: Sobre a pedra branca / Zola: Fecundidade / Merejkovski: Leonardo da Vinci / Gottfried Keller: A gente de Seldwyla / ConradFerdinand Meyer: Os últimos dias de Hutten / Macauley: Ensaios / Mark Twain: Esboços.     Com um pouco mais de reflexão, ele justifica sua hierarquia: Entre as maiores obras da literatura mundial, não poderia deixar de incluir Homero, nem as tragédias de Sófocles, o Fausto de Goethe, nem o Hamlet e o Macbeth, deShakespeare. Entre os livros mais significativos, teria de incluir os trabalhoscientíficos de Copérnico, do velho médico JohannWeir, sobre a feitiçaria, de Darwin, sobre a origem do homem, emuitos outros – ele acrescenta. Tivesse que citar seus favoritos, elenão deixaria de mencionar o Paraíso Perdido, de Milton,nem o Lazarus, de Heine.     Antes de terminar sua carta, Freud alude ainda à importância da relação do autor com sua obra, nem sempre tão óbvia como no caso de Kipling com o Livro da jângal. Mas no caso dos outros autores, ele poderia terescolhido outras obras, pois como ele nos diz: o mesmo homem que nos presenteoucom um bom livro muitas vezes também nos deu de presente vários bons livros. Assim, em Zola, poderia ter escolhido ainda O Doutor Pascal, etc.     Essa relação de livros certamente há de refletir os valores daquele seu momento de vida, mas semdúvida mostra seu interesse de sempre na Literatura. Em 1928, quandoescreve sobre o parricídio, ele inclui, entre as obras-primas detodos os tempos, junto à Édipo Rei e Hamlet, Os Irmãos Karamazovi, de Dostoievski, por exemplo.     Quanto a mim, desde cedo fiquei fascinado poresta lista. Conhecê-la certamente me ajudaria a melhor compreenderas influências sofridas pelo mestre e cujo resultado foi a criação da Psicanálise.     Ler O Livro da jângal2  foi fundamental para minha compreensão da importância da lei. Merejkowski mostrou-me Leonardo como um adolescente inquieto a remexer nos palimpsestos da loja de seu tio. Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens (1835-1910), revelou-me o valor do Humor. Isso para citar apenas algumas descobertas. Algumas fáceis, pelo menos aparentemente fáceis, como a de Kipling, um escritor notório que ganharia o prêmio Nobel no ano seguinte da citada carta, em 1907; Merejkovski, fora publicado pela Globo, em 1947. Outras, nem tanto. Mark Twain, já não foi tão fácil: Esboços é um título muito amplo e não coincide exatamente com nenhum de seus livros de contos. Mas encontrei, por pura sorte, em um sebo de Montevidéu, um livrinho editado por Tor, de Buenos Aires, em 1942, com o título de Cuentos Humorísticos, o qual havia pertencido a ninguém menos que ao nosso querido Maestro Pablo Komlós, de saudosa lembrança. Possivelmente se trate da mesma coletânea mencionada por Freud, pois aí estão muitas das bem humoradas histórias contadas pelo humorista. Anatole France e Zola sempre se podia ler em francês; difícil, mas não impossível. Mas depois começaram outros muito difíceis, e empaquei em Multatuli. Cheguei a descobrir seu verdadeiro nome: Eduard Douwes Dekker; e também que seu pseudônimo em latim queria dizer sofri muito. Em uma livraria de Amsterdã encontrei um romance seu, em holandês. Mais nada! Das cartas, nem falar. Pedi ajuda a alguns livreiros, mas foitudo em vão.     A luz veio, enfim, com a publicação, no final de 2003, de Os dez amigos de Freud, de Sergio Paulo Rouanet, pela Companhia das Letras. Uma edição em dois volumes nos quais ele toma os autores da lista, um a um, examinando-os sob o ângulo da relação vida e obra, da relação com a psicanálise e examinando ainda a obra mencionada, além de outras também relacionadas. Um livro, enfim, que me ajudou a esclarecer muitas dúvidas e que me levou a pensar mesmo em coisas ainda não pensadas. O livro da jângal, v.g., era na verdade o título de dois livros, e a edição da Companhia Nacional não deixara entrever nada disso, embora depois de Rouanet eu tenha passado a ver namencionada edição a reunião dos dois títulosem um só. Além do mais, Rouanet se mostra aí um profundoconhecedor da obra de Freud. Suas relações são pertinentese esclarecedoras de vários pontos da obra do mestre. Um livro parase recomendar, sem dúvida.     Digno de menção, a propósito, foi também a participação desse autor na nossa Feira do Livro, no ano de 2004. Rouanet veio responder a dois convites: uma entrevista sobre esse seu livro e uma sessão de autógrafos. A entrevista, bastante concorrida, me pareceu um sucesso. Conduzida pelo Dr. MoacyrScliar, ambos Acadêmicos, a entrevista transcorreu com excelentedesenvoltura, provocando grande e interessante participaçãodo público. No horário seguinte seria a sessão deautógrafos aos seus Os dez amigos. Como eu estaria ocupadonaquele horário, durante o intervalo solicitei-lhe seu autógrafo,o que ele concedeu com carinhoso abraço. No outro dia, para minhasurpresa, soube que durante a hora inteira colocada por Rouanet àdisposição dos interessados, ninguém lhe procuroupara pedir um autógrafo sequer. Mas meu informante certamente deveter abusado de uma força de expressão. Em visita posterior,soube também, o público se recuperou. 1  An den Mond (J.W.Goethe): Was, von Menschem nicht gewusst Oder nicht bedacht, Durch das Labyrinth der Brust Wandelt in der Nacht. – Tradução do Autor. 2  O título desse livro aparece sempre – desde a minha conhecida edição da Companhia Editora Nacional, de 1941, na tradução de Monteiro Lobato – grafado como Livroda jângal. Lembremos, contudo, que jângal, palavra deorigem hindu, tanto em inglês, como em português, édo gênero masculino. Notas Psicanalíticas: 01 (Os antecedentes do sujeito); 02 (O positivo e o negativo); 03 (Por que a Psicanálise?); 04 (A linguagem e os distúrbios emocionais); 05 (Sobe a ética da Psicanálise); 06(A Psicanálise e a Literatura)   Não há a realidade sem a linguagem! Na impossibilidade de compreender o mundo em que vivemos, cercamo-nos de metáforas e vivemos ao seu abrigo. Mas como as soluções são sempre provisórias, característica primeira das metáforas, o problema é quando elas viram sintagmas cristalizados, metáforas petrificadas, momento em que se imagina poder morar para sempre nos tropos da retórica, a salvo da realidade. SINOPSE Um elefante emAlbany Street comenta cinco diferentes formas narrativas: Epopeia, Teatro,Conto, Poesia e Romance. Em sua análise, percorre obras que vãodesde a clássica Odisseia e sua paródia, o revolucionárioUlisses, passando por Chesterton e Molnár, até os mais contemporâneos e próximos, como Ana Mariano, Assis Brasil, Erico Verissimo, Cristovão Tezza e Vargas-Llosa, entre outros. Comparando as traduções com os textos originais, procurando o sentido encoberto, por vezes nos textos de outros autores citados, resgatando antecedentes, ou ainda buscando ler nas entrelinhas,mesmo por entre as palavras, e até nos diastemas, Luiz-Olyntho Telles da Silva detecta em cada autor as influências de sua formação – entre as quais vê preponderarem as autoridades de Dante, Goethe e Flaubert – e desvela, com nova abordagem crítica, as mensagens dos diferentes textos cujos ensinamentosservem tanto ao escritor que quer aprimorar a arte da descrição como ao homem que está continuamente aprendendo a viver. - Editora HCE. Novo Livro em 2017 Editora MOVIMENTO Lançamento em 8/11/2017 às 17h30min na 63ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE NOVO LIVRO  EM 2015 VER MAIS AQUI @

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